domingo, 12 de abril de 2009

A FORÇA DA CULTURA POPULAR


O Congado ou reinado é uma das manifestações populares mais importantes da cultura brasileira. Aliás falar nisso é redundância. Apesar de alguns "narizes torcidos" da elite cultural, até que enfim foi reconhecido pelos gestores públicos, notadamente a partir de Gilberto Gil. Em Minas Gerais, o mais antigo registro a seu respeito encontra-se em Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas, de 1711, escrito pelo padre jesuíta italiano João Antôni Andreoni que assistiu a festa produzida em Vila Rica naquela época. Segregados pelos brancos e proibidos de entrar nas igrejas católicas, os negros se reuniam nos adros e mais tarde criaram suas próprias irmandades, construíram seus templos e constituíram seus próprios reis, rainhas princípes e princesas, no que veio tornar-se o Reinado de Nossa Senhora do Rosário.

Divinópolis tem uma forte tradição de congadeiros. Aliás todo o Centro-Oeste mineiro é rico em ternos de moçambiques, congos, catupés e tantas outras trupes dessa original manifestação popular, que alguns ainda teimam em chamar de folclore. Não é! É cultura de resistência mesmo, cultura popular na sua mais legítima identidade. Com o tempo, artistas contemporâneos descobriram a sua riqueza cultural e a reproduziram com outras lentes. É o caso do fotógrafo mineiro Alex Salim que com sua mostra Retratos de Fé e Cultura, correu mundo enfocando a centenária tradição. Suas fotos eternizam o reinado divinopolitano e mineiro. O Festival da Primavera 2009 promoveu um eixo exclusivo sobre Cultura Popular, com ênfase no Reinado, onde teremos oficinas, debates e apresentações de grupos reinadeiros de Divinópolis e região.



(Fonte Histórica: Congado: um retrato de fé e cultura, Mauro Eustáquio Ferreira)
Foto de Alex Salim - Mestre Tiziu

terça-feira, 7 de abril de 2009

Remember


Se em 2005, uma parcela expressiva da produção cultural exibida no 1.° Festival da Primavera vinha de outras cidades, e os principais destaques de sua agenda foram a música e a dança, na sua 3ªedição o festival focou prioritariamente a diversidade da produção cultural local, principalmente na literatura e nas artes plásticas. Outro aspecto singular do 2.º Festival da Primavera foi o peso que tiveram as universidades, seja na disponibilização de espaços culturais, nas discussões acadêmicas em torno da cultura, ou mesmo desencadeando suas próprias ações e produções culturais. A FACED envolveu-se numa parceria com UFMG e Secretaria de Estado de Cultura, sediou a oficina de audiovisual “Linguagem e História da Produção Audiovisual”. A FADOM recebeu uma das estrelas do festival deste ano, o escritor mineiro radicado no Rio de Janeiro Alcione Araújo, trazido pela parceria com o projeto TIM/ESTADO DE MINAS Grandes Escritores – outra estrela do festival, a cantora mineira Titane ministrou a oficina de música “Titane e o Campo das Vertentes”. Já a FUNEDI/UEMG, além de promover o 1.º Simpósio de Literatura do Interior (onde se discutiu e analisou a produção literária divinopolitana contemporânea), lançou o Ponto de Cultura Divinópolis, uma parceria junto a SEMC e SEMEC, que busca alavancar propostas inovadoras de gestão participativa, ação e política cultural com um projeto de formação de agentes culturais juvenis da periferia.
Nada como um ano após o outro. O caminho trilhado entre as edições do Festival da Primavera de Divinópolis evidencia um percurso marcado pela diversidade. Fato é que o bloco do Festival da Primavera está na rua, desfilando um enredo que construiu inspirados cenários artísticos e culturais por toda a cidade.